quinta-feira, 13 de maio de 2010

Professor não aprende a avaliar aluno, diz especialista

05/05/2010
Ana Okada

Apenas 1% dos cursos de graduação para professores têm matérias específicas sobre provas e avaliações nacionais, afirma Bernardete Gatti, da Fundação Carlos Chagas. "O uso de avaliações por parte de professores depende de conhecimento e não do uso 'cego',", salientou, durante palestra na feira Interdidática, ocorrida no final de abril, em São Paulo.

Ela pesquisou os currículos das licenciaturas e cursos de pedagogia brasileiros por meio de dados oficiais divulgados entre 2001 e 2006. A falta de disciplinas sobre avaliação se reflete em como os docentes avaliam seus alunos. Dentre exames feitos por professores e analisados por Bernardete, a pesquisadora afirma ter encontrado "provas incoerentes, feitas 'no joelho', que não foram pensadas com nenhum referencial didático contemporâneo".

Essa falta de formação - tanto para provas escolares quanto para governamentais, como o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e a Prova Brasil - é problemática, pois os docentes "saem sem formação mínima para entender as avaliações e fazer críticas fundadas", aponta.

Os profissionais, de acordo com a professora, usam mais a "sensibilidade" do que conhecimentos acadêmicos para avaliar: "Não basta. Precisamos caminhar para ter processos de avaliação desenvolvidos pelo professor", diz.

Na escola
A pesquisadora explica que as avaliações podem alavancar mudanças no dia a dia escolar. Para isso, "é preciso saber fazer e saber ler os dados, interpretar, levantar aspectos pedagógicos, procurar soluções didáticas e mostrar possibilidades de superação de dificuldades pelos meios que dispomos nas escolas", diz.

E isso "bate" na formação docente: em seu estudo, Bernardete constata ainda que, nos cursos que oferecem formação em avaliações, o conteúdo dado trata-se mais de críticas do que de base teórica para entender seu funcionamento. "Os alunos só tem crítica abstrata daquilo que nem conhecem", diz.

Reformulação de currículo
Para resolver o" grande desafio da educação brasileira", segundo aponta a pesquisadora, é preciso que haja uma reformulação do currículo dado nas licenciaturas --tarefa a ser feita pelo governo e pelas universidades. "Nunca tivemos uma política pública da união em relação a aprimorar a formação das licenciaturas e, hoje, estamos numa situação relativamente caótica".

A docente critica a formação a distância, que exige uma alta capacidade de leitura e estudo que nem todos os estudantes têm e diz que os sindicatos deveriam cobrar a qualidade na formação em suas plataformas.

Outro fator apontado é a dificuldade que os graduandos de licenciatura têm em realizar o estágio obrigatório em escolas. "Como você vai fazer estágio de 1ª a 4ª série em curso noturno? Não existe. Eles fingem que fazem estágio... a maioria não faz", conta. Para evitar isso, a pesquisadora aponta que deveria haver mais bolsas para cursos diurnos em vez de noturnos.

Uso de avaliações
A professora diz que a cultura de avaliações começou a ser pensada no final dos anos 80 e se consolidou nos anos 90, enquanto outros países já tinham sistemas avaliativos. Apesar de hoje estarmos além do pensamento de provas como "punição" ou "seleção", a docente diz que as escolas brasileiras ainda usam avaliações apenas como "sinalizadores".

"Precisamos decifrar esses sinalizadores, isso depende de conhecer metodologicamente esses processos. Não estou dizendo de dominar firulas estatísticas, mas a lógica e seus conteúdos, que permitem interpretar esses processos para usá-los em sala de aula".

Postado por Domingos às 05:43 0 comentários
30/04/10
Por que aceitamos que professores de geografia ensinem química?
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Sarah Fernandes

A mesma preocupação da sociedade em garantir que profissionais da saúde exerçam apenas sua área de especialização deve ser aplicada para a educação, para impedir que professores lecionem disciplinas diferentes das que estudaram no ensino superior. A recomendação foi feita pelo movimento Todos pela Educação em debate sobre financiamento para o ensino, realizado nessa quarta-feira (28/04), em São Paulo (SP).

"Se você vai fazer uma cirurgia e te avisam: 'o cirurgião faltou, mas temos um ótimo dermatologista disponível', você não vai aceitar fazer a operação. Por que nas escolas aceitamos que professores de geografia ensinem química?", questionou o presidente executivo do movimento Todos pela Educação, Mozart Neves. "A formação dos professores é o fator que mais interfere na qualidade do ensino".

No Brasil, apenas 25% dos professores de Física da educação pública possuem graduação na área, segundo o Censo Escolar de 2007. Em Química e Educação Artística 38% dos professores têm diploma superior na área. Em Biologia são 56%, em Matemática 58%, em Geografia 61%, em Português 62% e em História 65%.

"Reverter esse problema exige uma consciência que vai além do governo. A sociedade precisa se envolver na valorização da escola", recomendou. "Esses números precisam chegar até a universidade e ela tem que se engajar para reduzi-los", completou.

Para Mozart, investir em educação é fundamental para tornar a carreira mais atrativa. "Nos países que mais investem em educação, 20% dos alunos mais bem preparados no ensino médio querem ser professor. Esses países oferecem boas condições de trabalho, plano de carreira e salários justos", comentou. "No Brasil só 2% dos estudantes querem ser professores. Procura a área quem não tem outra opção";
Postado por Domingos às 22:04 0 comentários
Ter uma "nota" incentiva as escolas a melhorarem qualidade da educação, avaliam especialistas
Karina Yamamoto*
Em Foz do Iguaçu
O fato de ter um índice que avalie a escola pode ajudar a melhorar a qualidade da educação na instituição. Entre os estabelecimentos que tiveram maior salto no Ideb entre as edições de 2005 e 2007, a motivação primeira para a melhora foi "o próprio Ideb", contou Maria do Pilar Lacerda. "Parece óbvio", disse a secretária da Educação Básica do MEC (Ministério da Educação). Mas, segundo ela explicou, os gestores passaram a ter parâmetros para medir a situação de suas escolas -- e com isso estabelecer metas de melhoria.

Desde sua criação em 2007, a percepção sobre o indicador mudou. "Hoje há uma expectativa [de quando os resultados vão sair]", diz Pilar. Os resultados de 2009 devem ser divulgados em junho -- o Ideb é calculado a cada dois anos.

"As escolas diziam: melhoramos quando conhecemos os resultados, isso nos motivou", disse Jorge Fasce, sobre algumas instituições que apresentaram aumento nos índice das avaliações nacionais da Argentina. Coordenador da área de avaliação do Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia daquele país, Fasce contou que algumas províncias de seu país preferem não abrir as "notas" das escolas enquanto outras usam justamente a divulgação para estimular mudanças. No Brasil, o MEC disponibiliza os dados de todas as escolas para o público.

Para Pilar, o fato de consolidar um indicador como o Ideb vai além das melhoras na escola. O índice, na opinião da secretária, tornou-se um instrumento de política pública. "Deixamos de ter um balizamento paroquial e clientelista e passamos a ter uma nova baliza institucional", disse. O MEC utiliza o Ideb como parâmetro para aporte de verbas e apoio pedagógico.
Qualidade da educação
Toda avaliação parte do que se quer medir e como essas habilidades e conhecimentos serão mensurados, explicou Reynaldo Fernandes, ex-presidente do Inep, autarquia do MEC responsável pelo Ideb e pelo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). "Incluir valores, como a socialização [entre o que se quer que o aluno aprenda na escola] é um debate a ser feito", ponderou Reynaldo. Atualmente a Prova Brasil, que compõe o Ideb juntamente com a taxa de reprovação, avalia a aprendizagem de habilidades cognitivas.

Reynaldo também avalia o impacto da avaliação na condução dos projetos pedagógicos: "o índice não chega com o diagnóstico [de onde a escola acertou ou falhou]". E, se a escola entende o propósito da avaliação, esse é um momento de reflexão.

O debate "O que avaliamos quando medimos a qualidade na educação?" faz parte da programação de um encontro latino-americano, que acontece de 28 a 30 de abril em Foz do Iguaçu.

*A jornalista viajou a convite do MEC (Ministério da Educação)


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21/04/10
Baixo acesso de jovens ao ensino médio contribui para falta de pesquisadores em SP, avalia Fapesp
21/04/2010
Elaine Patrícia Cruz
Da Agência Brasil



A limitação ou o baixo acesso de jovens brasileiros ao ensino médio é um dos fatores que preocupam e explicam a falta de pesquisadores em São Paulo, embora o Estado seja atualmente responsável por quase a metade da pesquisa científica produzida no país. O gargalo, segundo Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), não é apenas um caso específico do Estado, mas de todo o país. Segundo ele, 67% dos jovens em São Paulo chegam ao ensino médio, mas a média nacional é de apenas 40%.
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"O grande desafio para o Brasil é melhorar a qualidade da educação fundamental, melhorar a qualidade e a quantidade da educação média e usar mais a capacidade instalada de pesquisa nos principais centros para formar pessoal científico para o país inteiro", afirmou ele, em entrevista à Agência Brasil.
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Outros fatores que explicariam a falta de pesquisadores em São Paulo, de acordo com o diretor da Fapesp, é o pouco apoio dado pelo governo federal às atividades de pesquisa e de pós graduação. E isso acontece, segundo ele, por causa do menor número de universidades federais instaladas no estado. "São Paulo é o único Estado brasileiro que não tem uma grande universidade federal", afirmou.
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"E o esforço que o governo federal dedica ao ensino superior no Estado de São Paulo representa apenas 8% do total de apoio ao ensino superior federal. E isso é muito pouco porque São Paulo tem 21% da população brasileira", disse.
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Para o pesquisador, todos esses fatores combinados provocam a falta de pesquisadores nas universidades, nos institutos de pesquisa e nas empresas brasileiras. Um problema que pode contribuir para a perda de desenvolvimento e de competitividade do país.
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Em 2008, o volume total de investimento em pesquisa em São Paulo foi de R$ 15,5 bilhões, o que representou 1,5% do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado. Segundo ele, esse percentual vem crescendo em São Paulo e o ideal seria ser mais perto de 2,3% do PIB.
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Desse total de investimentos, 63% foi feito por empresas. Quanto ao financiamento público à pesquisa produzida em São Paulo, a maior parte provém de recursos estaduais. "O recurso estadual que é destinado ao financiamento à pesquisa, em São Paulo, é quase duas vezes maior do que o recurso federal. E a principal razão para isso é o fato de haver poucas universidades federais no estado de São Paulo", disse.
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O Estado de São Paulo conta atualmente com 1,2 mil pesquisadores a cada milhão de habitantes, enquanto a média brasileira é de 600 pesquisadores por milhão de habitantes. O número, quando comparado com o de outros países, é muito baixo.
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O Japão, por exemplo, tem 5,5 mil pesquisadores por milhão de habitantes, enquanto a Espanha tem 2,6 mil na mesma comparação. "A quantidade de pesquisadores, a porcentagem da força de trabalho que o Brasil e São Paulo dedicam à pesquisa é pequena em comparação a de outros países. Se for pequena em relação a dos Estados Unidos ou do Japão, pode ser que não seja muito problemático. Mas é pequeno em comparação com Portugal e Espanha", criticou.
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Segundo Cruz, além de priorizar o ensino médio em seu programa educacional, o Brasil precisa usar, de forma mais eficiente, a capacidade de pesquisa disponível em cada região, valorizando os grandes centros.
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"O Brasil, ao mesmo tempo que precisa desenvolver as atividades de pesquisa e de pós graduação em todas as regiões do país - porque isso é muito importante para o desenvolvimento do Brasil - também precisa usar, de maneira mais eficiente, as regiões que têm mais capacidade de formar pessoas que vão trabalhar no Brasil inteiro. Por exemplo, quando o governo federal decide que não vai fazer investimento em ensino superior federal em São Paulo, isso é algo que prejudica o Brasil e os jovens paulistas que não têm chance ou têm pouca chance de ir para uma universidade federal", afirmou.


Postado por Domingos às 19:24 0 comentários
10/04/10
De Quem é o Mérito?
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A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo anunciou, recentemente, o resultado do primeiro concurso de promoção do Programa Valorização pelo Mérito. Os promovidos ganharão aumento de 25% em relação ao salário inicial de cada categoria.

O concurso de promoção do magistério contou com 135.841 candidatos inscritos, dos quais apenas 96.042 prestaram a prova e 81.526 foram aprovados. Desse montante, apenas 75.249 apresentaram os requisitos, 64.397 foram aprovados e 44.569 foram promovidos.
O Secretário da Educação parece ser o único que ficou feliz com o resultado. Afinal ele conseguiu encontrar 44.569 aprovados.

O Magistério de São Paulo é composto por cerca de 222.800 profissionais. Esse número na verdade é maior, mas o PSDB sempre fez questão de excluir os secretários, escriturários, inspetores de alunos, serventes e merendeiras desse número, mantendo-os na senzala. Desse total apenas 96.042 profissionais compareceram para a realização das provas. O fato de apenas 43% do total de funcionários estarem presentes ao certame indica claramente o descontentamento da grande maioria com o processo, ainda mais se levarmos em conta que boa parte desses 43% compareceu, mesmo não concordando com o processo, talvez por se julgarem incapazes de reverter o que foi imposto goela abaixo pelo ex-democrata, agora monarca José Serra.

O Resultado da prova impressiona muito. Dos 96.042 profissionais que prestaram as provas, 81.526 lograram promoção. Para uma avaliação dessa monta, obter 85% de aprovação é um resultado espetacular, principalmente se levarmos em conta que tudo foi feito as pressas. Bibliografia extensa e de última hora.

Com relação à bibliografia, chama à atenção o fato, que quase toda ela, ser anterior a 2002. Como se o mundo acadêmico tivesse parado de produzir a partir da saída do Sr Secretário do Ministério da Educação. Como se o País estivesse passando por um hiato, em virtude das prima-donas não estarem no poder central.

Ao contrário do que aconteceu com o resultado das provas realizadas em dezembro, quando a imprensa tripudiou, com a anuência da Secretaria da Educação, sobre a cabeça dos professores, não vimos nenhuma manchete destacando que, desta feita, 85% dos Professores que fizeram esta avaliação lograram aprovação.

É bem verdade que até o presente momento, a Secretaria da Educação não divulgou os dados relativos ao desempenho dos docentes nas avaliações. Até agora, temos acesso aos nomes e cargos dos promovidos. Individualmente cada um tem acesso aos resultados que obteve nas 60 questões objetivas, na questão dissertativa e na média das duas avaliações. Nas conversas sobre o assunto, temos ouvido de tudo e como não temos os dados, fica difícil uma analise mais apurada sobre o resultado, mas percebemos uma alegria imensa com relação ao resultado obtido na questão dissertativa.

Quem pensou no formato da prova sabia o que estava fazendo. Após décadas de discussão sobre avaliação, a Secretaria adotou o que existe de mais atrasado em termos de avaliação. Afinal tudo fazia parte do script de saída do Governador para vôos mais altos. Se tudo desse certo, além das inúmeras inaugurações de obras e maquetes, no mês de março, os professores estariam felizes. Pagamento do Bônus pelos resultados e o anuncio do aumento de 25% nos salários daqueles promovidos pelo mérito, ainda mais porque retroage a primeiro de janeiro, enquanto nas próximas edições, se ocorrerem, o pagamento será a partir de junho.

A perversidade é tamanha. Como os salários são muito baixos, motivo pelo qual o magistério está em greve, cinco por cento de aumento para todos, seria uma afronta e, não surtiria o efeito necessário em ano eleitoral. Já os vinte e cinco por cento de reajuste, mesmo que para uma minoria, além do impacto midiático, joga nas costas do professor a culpa pelo fracasso uma vez que no máximo dois em cada grupo de dez obtiveram o beneficio. Não podemos nos esquecer dos aposentados uma vez que em prevalecendo essa sistemática, nunca mais terão reajuste em seus proventos. Restou provado que alem dos pobres, eles não gostam de velhos.

O mês de março se transformou num verdadeiro desastre para a Secretaria da Educação. Só não foi pior, em termos de mídia, porque conseguiram preencher todas as vagas para a promoção. Há indícios muito fortes de que houve uma “flexibilização” na correção da questão dissertativa em favor dos avaliados, até pela pretensão de se utilizar esse processo politicamente durante a campanha presidencial. Se de fato ocorreu, distorceu o resultado final.

Acho que todos lembram daquela história do piloto (coisa antiga), que obteve nota dez na decolagem e nota zero na aterrissagem. Conseguiu seu brevê com a média cinco, mas todos os passageiros morreram. Por analogia, um professor de matemática que tenha obtido nota três na parte especifica e, acreditando ou não, conseguiu reproduzir o discurso do governo na parte dissertativa, obteve nota dez. Foi aprovado e provavelmente promovido, pois obteve a média seis e meio. Tal qual os passageiros daquele piloto, os alunos desse professor estarão numa saia justa.

É difícil falar sobre esse assunto, de dentro da corporação, afinal sujeito e objeto do processo, temos que levar em conta as implicações que isso pode trazer no dia a dia, trabalhando com alguns promovidos e muitos não. Afinal somos 178.000 descontentes e outros 44.000 nem tanto. Mas uma coisa é certa: a Secretaria da Educação deve, com urgência, publicar os resultados obtidos por cada um, afinal a sociedade deve ter conhecimento de que forma os recursos públicos estão sendo aplicados ou implicados.

Só com a intervenção da sociedade organizada, sairemos desse imbróglio em que nos meteu os interesses escusos daqueles que governam esse estado há quinze anos, como se isto aqui fosse uma monarquia, e não uma democracia representativa.

O mérito será exclusivamente deles.
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Domingos Amato
Postado por Domingos às 18:29 0 comentários
08/04/10
FHC: o neoliberalismo dos Jardins
04/04/2010
Emir Sader

O tamanho da vaidade de FHC parece ser o maior adversário de seus correligionários de partido e ex-colegas de governo, que tentam esconder ele e seu governo. Ele não agüenta ver seu governo atacado e não contar com ninguém que o defenda – como aconteceu no segundo turno de 2006. Se deram conta que aceitar a comparação entre os dois governos – o de Lula e o de FHC – é o caminho seguro da derrota.
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Não convidaram FHC para a cerimônia de saída de Serra do governo de São Paulo, o excluíram do lançamento da candidatura presidencial e pretendem mantê-lo - ele e seu governo - fora da campanha, conscientes de que ele é o melhor promotor da campanha da Dilma.Tem razão os que o querem esconder.
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Ele saiu do governo derrotado, fracassado, tornou-se o político de maior rejeição, não se atreve a candidatar-se a nada, cada vez que fala, o apoio ao governo Lula e à sua candidata aumenta.
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Às vezes quer retomar um ar de intelectual, que ele um dia foi, mas as besteiras teóricas que diz ganham um ar empolado, passando a ser besteiras empoladas.
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Agora pretende alertar sobre o risco do Brasil se tornar uma China. Claro, para quem tentou abolir o tema do “desenvolvimento”, o crescimento chinês é um acinte. Para quem acreditava que já havíamos chegado a um tal nível de desenvolvimento econômico – tomando o capitalismo dos Jardins paulistanos -, bastaria eliminar o desenvolvimento e colocar no seu lugar a “estabilidade”.
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Para quem está por cima, poderia ser bom parar onde estavam. Danem-se os “inimpregáveis”, segundo suas próprias palavras, a grande massa pobre e miserável, para quem nunca pretendeu governar.Volta com seu “trololó” – segundo a linguagem de seu candidato, já derrotado em 2002 – do “capitalismo de Estado”.
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Esse já foi o mote de FHC para tentar salvar de responsabilidade os grandes empresários privados no Brasil, nacionais e estrangeiros, que enriqueceram como nunca na ditadura militar, lucrando com o regime de terror, de tortura, de desaparecimentos, de fuzilamentos.
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Seu enriquecimento foi a lógica dentro daquela loucura – segundo a frase de Shakespeare. FHC dizia que os setores hegemônicos na ditadura militar não eram os capitalistas privados, mas o “capitalismo de Estado”. Haveria uma classe dominante na Petrobrás, no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal, na Vale do Rio Doce. Esses seriam os inimigos da democracia, e não os militares, o governo dos EUA, o grande empresariado privado, os donos da mídia privada.
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Não. Esses seriam agentes da democracia, prefeririam a democracia à ditadura. Absolvia assim os grandes vencedores da ditadura, os que acumularam riquezas como nunca em um regime que, imediatamente após o triunfo do golpe, decretou intervenção em todos os sindicatos e arrocho salarial. O sonho de todo grande empresário: sem movimento sindical organizado para defender os interesses dos trabalhadores e formalização da proibição de qualquer aumento salarial. E vem o ex-presidente e ex-sociólogo dizer que os grandes empresários nacionais e estrangeiros preferem a democracia.
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Não se viu nenhum deles protestar contra a repressão aos sindicatos, nem contra o arrocho salarial.E, para completar o servicinho de dar uma teoria “democrática” para a transição sem ruptura, a favor do grande empresariado, FHC passa a criminalizar o Estado. Este abrigaria o maior inimigo. Os militares? Não. As empresas estatais, tornando-se um neoliberal precoce.
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Tanto assim que FHC diz que democratizar seria desconcentrar o poder econômico em torno do Estado e o poder político em torno do executivo. Nisso consistia sua aclamada – pelos seus cupinchas – “teoria do autoritarismo”, que nem se atrevia de chamar as coisas pelo seu nome: ditadura e não autoritarismo. Um neoliberalismo “avant la lettre”, como ele gostaria de falar, com o seu pé na cozinha (francesa, como ele esclareceu posteriormente).
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Agora FHC tenta novo brilhareco, contra a opinião dos seus correligionários (nas palavras de uma de suas tantas viúvas nas imprensa, tratado como genro que a família quer esconder, porque só comete gafes, que favorecem o inimigo ), francamente na onda anticomunista. Já tinha apelado para o “sub-peronismo”, para a denúncia do papel dos sindicatos no governo, agora ataca o desenvolvimento da China. Prefere seu neoliberalismo dos Jardins, aquele que quebrou o país três vezes no seu governo, que levou a taxa de juros – que seu candidato considera que hoje é alta, - a 48%, sem que este tenha protestado. Que fez o Brasil entrar em uma profunda e prolongada crise, de que só saiu no governo Lula.
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Que se valeu da maioria que tinha no Parlamento e de ser o queridinho da imprensa, que não denunciou nenhum dos tantos casos de corrupção do seu governo, para mudar a Constituição na vigência do seu mandato – com votos evidentemente comprados – para ter um segundo mandato.
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Triste figura a do FHC. Rejeitado por seus correligionários, considerado como alavanca para a oposição pela rejeição que sofre do povo brasileiro, funciona como clown, como personagem folclórica, lembrança de um passado que o governo luta para terminar de superar e a oposição para tentar esquecer e apagar da recordação dos brasileiros. Escondido pelos seus, repudiado pelos seus adversários, enterrado em vida pelos seus, tomado como anti-exemplo por seus adversários.
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O governo Lula só pôde ter sucesso, porque virou a página do governo FHC e retomou as melhores tradições nacionais, populares e democráticas do Brasil, a começar pela de Getúlio Vargas, que FHC quis enterrar. Que hoje, pateticamente, não tem ninguém que o defenda e todos o rejeitem. Repúdio popular é isso aí, o que sofre FHC, de forma merecida.

Postado por Emir Sader
Postado por Domingos às 09:33 0 comentários
07/04/10
Lei de Responsabilidade Educacional poderá punir mau uso dos recursos na área
Amanda Cieglinski
Da Agência Brasil

Uma proposta aprovada pelos participantes da Conae (Conferência Nacional de Educação) quer criar mecanismos para punir governantes – nas três esferas – que não aplicarem corretamente os recursos da educação. A chamada Lei de Responsabilidade Educacional seguiria os moldes da Lei de Responsabilidade Fiscal, mas não se restringiria aos investimentos, incluindo também metas de acesso e qualidade do ensino.

Ainda não existe um projeto de lei, o que foi aprovado pela conferência é o conceito da proposta. "Ela estabelece determinados deveres de cada nível de governo, de cada chefe do Poder Executivo. A função será estabelecer mecanismos melhores de controle, além de agilizar o gasto na área, que hoje é um problema grave", diz o especialista em economia da educação, Cândido Gomes.

O presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, Angelo Vanhoni (PT-PR), acredita que o debate vai chegar ao Congresso Nacional, mas ressalta que a prioridade dos trabalhos neste ano é aprovar o novo PNE (Plano Nacional de Educação), que irá vigorar de 2011 a 2020.

"Em ano eleitoral, como os candidatos estarão debatendo a educação com a sociedade, achamos que o ambiente é favorável para que projetos dessa envergadura possam ser discutidos. Esse debate pode, inclusive, acompanhar a votação do PNE", afirmou. Ele lembrou que já existem projetos de lei sobre o tema tramitando na Casa.

Para Gomes, no entanto, a aprovação de um projeto que pode punir os gestores públicos não será fácil. "Será preciso uma presença muito grande da sociedade civil, alianças com alguns partidos políticos e mesmo a atuação de organizações internacionais".

Uma das possibilidades seria incluir a proposta no novo PNE. Mas Gomes disse que é preciso criar um projeto de lei específico sobre a responsabilidade educacional, já que o plano tem vigência de apenas dez anos.

Para o presidente da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), Carlos Eduardo Sanches, a Lei de Responsabilidade Educacional seria uma grande ferramenta para garantir "que os recursos da educação sejam efetivamente aplicados na melhora do desempenho dos alunos". Ele ressaltou que é importante que a legislação defina exatamente qual será o papel de cada um dos entes federados.

"Também será necessário melhorar a estrutura técnica e o quadro de pessoal das secretarias de Educação. Infelizmente, na maioria dos municípios, não temos pessoal qualificado para que a gente consiga avançar na aplicação dos recursos", acrescentou.
Postado por Domingos às 10:55 0 comentários
18/03/10
O valor da educação
18/03/2010 - Folha de S. Paulo
País precisa pagar mais e atrair talentos para o ensino público, mas seis Estados descumprem piso salarial do professor – Editorial


A EDUCAÇÃO básica já ocupa lugar de destaque na agenda nacional. Embora tardia, a prioridade que vem sendo conferida à formação e à qualificação dos 48 milhões de brasileiros em idade escolar se reflete no aumento paulatino da parcela do PIB investida no setor. De 3,9% em 2000, alcançou-se a marca de 4,7% em 2008, ou R$ 140 bilhões, já perto de cumprir a meta simbólica de 5% neste ano.


Não basta, contudo, aumentar as verbas da educação para aplicar-lhe essa espécie de choque de compromisso com a qualidade que se faz necessário. É crucial trabalhar com metas mensuráveis, como as cinco lançadas pelo Movimento Todos Pela Educação, com prazo para 2022, e endossadas por esta Folha em 2007: todas as crianças e jovens de 4 a 17 anos na escola; toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos; todo aluno com aprendizado adequado à sua série; todo jovem com o ensino médio concluído até os 19 anos; e investimento em educação ampliado e bem gerido.


Por ora, melhorou mais a qualidade das estatísticas do que os indicadores que delas derivam. O país possui hoje 91% de crianças e jovens na escola, uma taxa razoável. Menos de um terço, porém, demonstra ter aprendido o conteúdo esperado na série em que se encontra.


A situação alcança o limiar da emergência no caso da matemática ao final do ensino médio: só 9,8% dos estudantes sabem o que deveriam saber. A formação secundária, mínimo esperado para as necessidades técnicas do desenvolvimento nacional, só é completada por 45% dos jovens de 19 anos (idade correta para concluir o ensino médio). E não se criou, até o presente, instrumento confiável para aferir a alfabetização efetiva até 8 anos.


Além disso, a intenção de dotar todos os professores de diploma universitário está longe de realizar-se. Os percentuais se aproximam do satisfatório apenas no ensino médio (95%) e fundamental 2 (85%). No fundamental 1, há meros 58%.


Países que deram um salto na educação, como Coreia do Sul, assumiram a prioridade de recrutar docentes entre os melhores profissionais formados pelas universidades. Pode-se reformar de tudo no ensino, mas ele jamais será de qualidade sem bons professores. E estes não serão atraídos por salários medíocres.


Lei sancionada em 2008 fixou um piso salarial nacional para docentes, hoje no valor de R$ 1.024,67 (inferior até à renda média do Brasil, R$ 1.117,95). No entanto, seis Estados (GO, TO, RO, CE, PE e RS) ainda pagam salários aquém disso. Sobre as escolas municipais não há dados, mas se presume que a situação seja ainda mais grave.


A educação brasileira não sairá do buraco em que se encontra enquanto a sociedade e os governantes por ela eleitos não se convencerem de que ser professor não é sacerdócio, mas profissão absolutamente estratégica para o desenvolvimento do país.
Postado por Domingos às 18:44 0 comentários
Pela melhora verdadeira da educação estadual
MARIA IZABEL AZEVEDO NORONHA

É aceitável que professores estaduais tenham condições de trabalho tão ruins para cumprir função das mais importantes na sociedade?


O ARTIGO "'Melhora sutil'" ("Tendências/Debates", 4/3), do secretário estadual da Educação, Paulo Renato Souza, tenta transformar os resultados do Saresp em indicador da melhoria da qualidade do ensino. Mas educadores e especialistas concordam que os resultados da avaliação foram "pífios" ou, quando muito, "insuficientes".

Os investimentos em educação vêm caindo ano a ano no Estado de São Paulo. Em 2009, o governo estadual deixou de gastar R$ 360 milhões no setor educacional. Neste ano, não há previsão de reajuste salarial para o magistério.

Todo profissional precisa ser bem remunerado, ter carreira justa, condições de trabalho e jornada de trabalho adequada. Por que no caso dos professores seria diferente?
A greve que realizamos neste momento busca o atendimento dessas reivindicações. Nossos salários estão defasados e precisam ser reajustados em 34,3% para recuperar o poder de compra de março de 1998.

O secretário tenta comparar o incomparável ao dizer que, se um aumento de 5% no PIB nunca seria considerado "sutil", o aumento do Idesp (indicador criado a partir do Saresp) deveria ser comemorado.

Como economista, o secretário deveria perceber que a comparação é descabida. Não há equivalência entre o crescimento do PIB, que mede as riquezas materiais produzidas pela nação, com os resultados do processo ensino-aprendizagem.

Para nós, os resultados de avaliações não são absolutos nem totalmente quantificáveis. O principal resultado da educação é a formação de cidadãos e cidadãs. O ser humano deve ser o centro do processo educativo.

As avaliações são importantes instrumentos para a localização dos problemas e das potencialidades de cada aluno, classe, equipe, escola e do sistema como um todo. Ajudam a rever métodos, readequar conteúdos e direcionar atenção e recursos aos elos mais frágeis.

Mas seus resultados estão condicionados por um conjunto de fatores que inter-relacionam e precisam ser considerados em qualquer avaliação. Pela forma como o governo lê os resultados das avaliações, a gestão educacional nada tem a ver com eles. As autoridades educacionais, assim, isentam-se de responsabilidade.

O secretário diz que "os professores são vítimas de um sistema de formação docente que privilegia o teórico e o ideológico em detrimento do conteúdo e da didática". Por que, então, a prova aplicada aos professores temporários foi focada na aferição de conhecimentos teóricos e não avaliou a prática pedagógica? Não acreditamos em teoria sem prática nem em prática sem teoria.

É também por meio de uma prova de conhecimentos que o governo define quais professores terão direito a reajuste salarial, ainda assim limitando a "até" 20% da categoria.

O governo bate na tecla da má formação dos professores. Por que não promove, então, programas de formação continuada no local de trabalho durante a jornada do professor? Por que se opõe à destinação de um terço da jornada de trabalho para atividades de formação e atualização da categoria? Por que aplica apenas o mínimo (20%) definido para essa finalidade pelas diretrizes nacionais, enquanto a capital, por exemplo, destina 33% da jornada para tal fim? Além disso, os cursos promovidos pela secretaria são insuficientes e restritivos.

Não aceitamos a afirmação de que nossas posições têm motivações eleitorais. As ações da Apeoesp são determinadas pelas representações em todas as regiões do Estado. A greve é deliberada por pessoas que, nesse sentido, assumem uma posição política.
Sou presidenta do maior sindicato da América Latina, não sou candidata a nenhum cargo nas eleições de outubro, mas, como cidadã, não tenho o direito a preferência partidária? O governador, sim, é candidato.

Por que o governador e o secretário podem ser vinculados a uma organização partidária, o PSDB, e o restante da população não pode? Paulo Freire dizia que não existe neutralidade na educação. A própria neutralidade é, na verdade, uma posição política diante da realidade.

O que importa, mesmo, é saber se a educação estadual, hoje, corresponde às necessidades da população. É aceitável que os professores estaduais tenham salários tão baixos e condições de trabalho tão ruins para cumprir uma das funções mais importantes na nossa sociedade?

Lançamos aqui um desafio ao secretário: promova a reposição do poder de compra dos nossos salários e nos dê um tempo. O senhor e toda a população verão que a educação vai melhorar -e muito.

MARIA IZABEL AZEVEDO NORONHA é presidenta da Apeoesp e membro do Conselho Nacional de Educação.
Postado por Domingos às 10:24 0 comentários
01/03/10
Saindo do quadrado do debate sobre qualidade da educação
Helena Singer

Desde que conquistamos a universalização do ensino básico no Brasil, o debate na área de educação tem se voltado para a questão da qualidade. Copiando um modelo norte-americano, as políticas implementadas em busca desta qualidade apoiam-se no seguinte quadrado:

1. Avaliações episódicas, tipo provas teste de conteúdo aplicadas aos estudantes, que compõem indicadores de desempenho;

2. Criação de índices de desenvolvimento da educação compostos por estes indicadores de desempenho e outros de fluxo escolar (aprovação);

3. Definição de metas para cada escola a partir destes índices;

4. Bonificação por desempenho ou mérito dos servidores de escolas que superam as metas estabelecidas pelas secretarias de educação e/ou por desempenho dos próprios professores em provas teste.

Pena que esta ideia já tenha chegado por aqui velha. No estado de São Paulo este projeto consolidou-se em 2007. Ela compõe uma forma já ultrapassada de entender gestão pública pela ótica da gestão privada, o que coloca os usuários dos serviços públicos como clientes e seus dirigentes como executivos e se orienta pela eficiência de resultados medida por instrumentos supostamente objetivos.

No caso da educação, os testes de português e matemática seriam as tais avaliações objetivas do aprendizado dos alunos. Nesta lógica, garantir o aprendizado não é objetivo de estudantes, pais, e professores, apenas de gestores, os que têm visão administrativa eficiente. Mas, é claro, que sem o empenho dos professores, não há como atingir o objetivo. Então, para conseguir engajar os professores no processo, é preciso dar a eles o que eles realmente objetivam, o mesmo que supostamente querem os funcionários das empresas privadas: dinheiro. Assim, os professores, correndo atrás de dinheiro, conseguem que os alunos aprendam o português e a matemática necessários para responder aos testes, a nota final da escola melhora, os jornais dão as boas novas – nossos estudantes finalmente aprenderam a ler, escrever e contar – e a política é aprovada pela população.

Parece lógico, mas de fato é ineficiente. A qualidade da educação não é o que se tem verificado mesmo depois da implantação desta medida tanto aqui quanto nos Estados Unidos. Em ambos os países, as manchetes continuam alardeando a ignorância dos jovens nas áreas básicas do conhecimento escolar. De um lado, isto é resultado esperado de uma forma de avaliar episódica, conteúdista, homogênea e exterior à vida das pessoas. Ela presta-se sempre muito mais a denunciar a ignorância do que efetivamente reconhecer e avaliar conhecimento. Mas, já falei sobre isso em outra coluna.
É a respeito do outro lado da questão que se trata aqui. À medida que ultrapassamos a primeira década do novo século – e, sobretudo, após a crise financeira de 2008 –, ficaram evidentes os limites da lógica privada para a gestão, e uma nova forma de governar vem se fortalecendo, uma forma que ultrapassa o quadrado em que estava sendo debatida a questão. Trata-se da governança participativa (o nome que se está usando é Responsive Governance). Esta se orienta pelos princípios da transparência e da participação, busca o empoderamento dos cidadãos na sua relação com o Estado, responsabilizando-os também pela gestão pública, e avalia continuamente os processos que levam ao sucesso da política empreendida. Nesta nova forma de gerir, o objetivo é a articulação inteligente e equilibrada do conjunto dos atores interessados no desenvolvimento (os stakeholders).

No caso da educação, entende-se que é objetivo dos estudantes, pais e educadores que as escolas cumpram seu papel, qual seja o de ensinar. O sucesso da escola dependerá, portanto, da sua abertura para efetiva participação destes atores em sua gestão, desde o planejamento pedagógico até a avaliação final. Para tanto, é preciso que as escolas tenham autonomia para elaborar seu projeto pedagógico e gerir seus recursos financeiros, que os gestores e professores respondam à comunidade escolar, sendo por ela selecionados e avaliados, e que, finalmente, os estudantes tenham condições para desenvolverem interesse pelo mundo que os rodeia, iniciativa e competência para elaborarem e realizarem projetos próprios. Nesta nova perspectiva, as escolas, ao invés de competirem entre si por bonificações, passam a merecer reconhecimento quanto mais se tornem ambientes solidários e efetivamente voltados para o conhecimento.

A boa nova é que esta proposta já está chegando por aqui. Em diversas cidades do Brasil, iniciativas têm sido criadas para envolver os estudantes, educadores e pais na avaliação de suas escolas, primeiro passo para a construção de um projeto pedagógico que faça sentido para todos. Vamos acompanhar
Postado por Domingos às 17:09 0 comentários

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