quinta-feira, 2 de maio de 2019


A soberania fora do debate da sociedade brasileira

Uma amiga do facebook me fez a seguinte pergunta. Como fica a educação com o novo ministro?
E eu respondi a pergunta dizendo que não só a educação, mas todas as instituições irão ficar reduzidas e privatizadas. Por que o estado ficará encurtado como mentor de elaboração de políticas públicas e desenvolvimento. Continuará sendo entregue as nossas estatais e os recursos naturais, responsáveis pelo funcionamento destas empresas estratégicas. E em torno destas estatais uma cadeia produtiva complexa. Podemos citar as mais importantes para um projeto de país soberano e consequentemente desenvolvido. São elas, a Petrobras, Eletrobrás e as mineradoras que já foram entregue totalmente alguns anos atrás. E a Petrobras está em fase de desmonte e privatização já algumas décadas e podemos constatar que vem se aprofundando nos governos do Michel Temer e agora do Bossonaro.  Política não só de privatização através da venda, mas também dos desinvestimentos.  Outra empresa que está na mira dos investidores estrangeiros e em fase adiantada para ser entregue é a Eletrobrás. Sendo feito a privatização, colocam em risco todos os nossos recursos energéticos, hídricos e partes de nosso território.
A Petrobras é um exemplo claro da cobiça das petroleiras estrangeiras. Esta sendo elaborada uma engenharia financeira para vender a sua reserva da Cessão Onerosa do pré-sal para o governo, estimada em 20 bilhões de barris.  Como o governo não poderá comprar devido o teto de gasto, nesse caso entrarão as petrolíferas estrangeiras. O valor pago pelas empresas estrangeiras por estes 20 bilhões de barris será na ordem de 9 bilhões de dólares, equivalendo a 33 bilhões de reais, com essa operação o valor de cada barril que corresponde 159 litros de petróleo no valor de 0,60 centavos. E essas empresas farão um leilão em nome do governo em outubro para dar um caráter de legalidade e passar como é o governo que estará fazendo o leilão.
A corrupção é tão descarada com esta operação financeira que a Petrobras poderá recomprar parte deste petróleo por valor muito maior do que ela vendeu, (0,60 centavos o barril).

Esta operação no futuro trará profundo desequilíbrio na balança comercial, quando o Brasil tiver que importar petróleo em dólar, sendo que hoje esse petróleo é produzido com tecnologia nacional, ou seja, custeado em reais, sem precisar de dólar, não afetando a balança comercial.
Ocorrendo toda essa engenharia financeira com o apoio do (TCU), Tribunal de contas da União, a Petrobras e o povo brasileira terá um prejuízo patrimonial em torno de 1,5 trilhão, porque o petróleo no mercado internacional está por volta de 70 dólares o barril, e que será vendido a 0,60 centavos. Com essa operação, se a Petrobras quiser continuar a refinar este petróleo que já era dela, terá que pagar o valor de mercado internacional. Bom negócio para os investidores, ganha o petróleo por um valor simbólico de 0,60 o barril e vende a preço de mercado, hoje de 70 dólares.  Com isso será impossível e inviável para a Petrobras, possivelmente será vendida as refinarias também. Com a justificativa de prejuízo. Então chegaremos o fim de uma empresa estatal, que foi criada a mais de 70 anos para servir como alavanca motora do desenvolvimento brasileiro.
O prejuízo com esta operação é incalculável, devido aos valores agregados que se multiplicam em torno de 80 vezes em toda a cadeia produtiva, pois o petróleo é responsável por 83% de todos os produtos industrializados.
Para facilitar estas políticas de entrega, os donos poder, que são os grupos econômicos elegeu uma figura que pudesse dividir o governo em dois grupos. O grupo dos racionais, representado pelos ministros da fazenda e do planejamento para tocar as reformas e as privatizações. Já o grupo dos considerados irracionais, representados pelo presidente Bossonaro e alguns ministros, tem o papel de distrair o povo, através de pautas que tem demanda nos movimentos sociais e sindicatos, e também nos partidos chamados de esquerdas, que nada ajudam na construção de um país soberano.
O grupo dos irracionais dialoga pela negativa, sendo colocados os pontos que são interessantes para criar polemicas e ocupar o espaço do debate. Essas polemicas são expressas através das falas do presidente e de alguns ministros, que foram escalados para construir uma narrativa que são considerados como besteiras e atrapalhadas pelos movimentos, mas não passa de estratégicas dos setores econômicos, que controlam o governo. E os partidos que representam os movimentos organizados entram no debate para satisfazer o desejo de seu patrimônio eleitoral e suas bases.  Já a parte racional usa esses debates para desviar as atenções dos movimentos e das oposições, para não entrar no debate sobre o verdadeiro projeto de pais soberano, e com isso facilita a entrega total do estado. Enquanto são colocados esses debates de menor importância, que funciona como verdadeiros bodes na sala. A parte racional nas figuras dos ministros da fazenda e do planejamento e seus auxiliares vão implementando a política de entrega. Quem pensa que o governo está atrapalhado e que não tem projeto só por que possui um grupo representado pelo presidente, e principalmente o ministro da educação que envolve maior numero de brasileiros, estão entrando em uma sinuca de bico e caindo no conto do vigário. Foi com esses objetivos que os grupos econômicos elegeram o Bossonaro. E parece que esses grupos econômicos acertaram na estratégia em eleger o chamado bobo da corte.
Enquanto são colocados os bodes na sala o debate de pais soberano vai deixando de existir. Então esse presidente que milhões de brasileiro consideram como um bobo e atrapalhado e um amante da ditadura vai cumprindo o seu papel para os planejadores de um projeto que leva o país a recolonização.
O Brasil e toda a America latina será uma áfrica recolonizada nos mesmo moldes em curto espaço de tempo.
Se as lideranças dos movimentos sociais, sindicatos e partidos caírem na armadilha, serão envolvidos e o pais não sairá e não resolverá a chamada crise fabricada para entregar o pais. Precisamos acordar enquanto é tempo.

Autores
Altair Lourenço de Lima
João Antonio Benite Torricilas

Reforma da Previdência