segunda-feira, 7 de junho de 2010

Teses sobre nova central unificada são apresentadas ao Conclat

Teses sobre nova central unificada são apresentadas ao Conclat

Seis de junho de 2010
Texto: Ana Cristina da Silva



Após a animação e a emoção que marcaram a abertura do Congresso da Classe Trabalhadora na manhã do sábado, dia 5, o período da tarde foi reservado para a apresentação das 20 teses inscritas para o encontro. Um sorteio definiu a ordem das defesas ao plenário.
Apresentadas por representantes das entidades e organizações que assinaram as teses, os textos abordam as diversas propostas e elaborações sobre como deve ser a nova central que surgirá da uni ficação da Conlutas, Intersindical, MTL, MTST, MAS e Pastoral Operária de São Paulo.
Os temas enfocaram questões como a análise da situação mundial e nacional e o plano de lutas que a nova central unificada deverá colocar em prática; o perfil , concepção e caráter desta entidade; propostas de nome e de forma de direção.
Ao longo de várias reuniões e debates entre as entidades da Coordenação Pró-Central, no período de pré-congresso, foi possível chegar a vários consensos sobre o programa e estratégia da nova central unificada, o que se refletiu nas teses e respectivas exposições.
Todos têm claro a gravidade da atual crise do capitalismo, da importância da resistência que a classe operária na Europa tem protagonizado e da necessidade da construção de uma organização unificada da classe trabalhadora para derrotar o capital.
Quanto à nova central unificada também há consenso da necessidade de que ela sej a classista e independente dos patrões, dos governos e autônoma em relação aos partidos políticos; que seja combativa e privilegie a ação direta dos trabalhadores na luta; internacionalista e tenha uma perspectiva socialista.
Sobre outras importantes questões ainda há propostas variadas, como em relação à composição, funcionamento, direção e nome da nova entidade, que foram apresentadas aos delegados do Conclat.

Pontos em debate

Sobre quais setores deverão ser representados pela nova central unificada, por exemplo, há posições diferentes se movimentos de opressão e do movimento estudantil também devem ser incorporados.
Teses como a “Unidos por uma central de trabalhadores” e a da Intersindical defenderam que a nova central reúna apenas o movimentos sindical e popular, que expressem o mundo do trabalho e o caráter classista dentro da nova organização.
Por outro lado, teses como “Avançar na unidade para fortalecer as lutas da classe trabalhadora”, aprovada pela Secretaria Executiva Nacional da Conlutas, “Por uma central de trabalhadores classista” e “Por uma entidade classista, democrática e construída pela base” defendem a unidade entre todos os setores classistas e combativos que lutam contra os ataques e a exploração capitalista, reunindo não só os trabalhadores organizados, precarizados ou desempregados mas movimentos contra as opressões e também do movimento estudantil.
Uma diferença que se expressou na maioria das falas foi em relação ao nome da nova central. Há duas posições basicamente. De um lado aqueles que propõem que a central unificada seja nomeada como Conlutas-Intersindical, expressando o patrimônio construído por todas as organizações no último período, e aqueles que defendem um novo nome, que reflita uma síntese e para que todos os movimentos estejam incorporados.
A direção e o funcion amento da nova entidade também tem propostas variadas. Há uma posição que aponta para uma Coordenação Nacional de Entidades, onde as organizações reunam-se a cada dois meses para discutir e deliberar a política da central, a exemplo da experiência da Conlutas no último período. A representação deve ser definida pela base e com mandatos revogáveis a qualquer momento. Outra posição,defendida pela Intersindical, propõe que a direção seja eleita nos congressos, pelos delegados presentes.
Após a apresentação das 20 teses, os trabalhos foram encerrados e prosseguirão neste domingo, iniciando com o debate nos grupos. De forma democrática, os delegados poderão debater as teses e se preparar para votar na parte da tarde as resoluções do Conclat, que já é uma grande vitória para a classe trabalhadora. Segundo informes da organização do evento, 4.050 lutadores de todo o país estão presentes, sendo 3.115 delegados e delegadas, além de observados e convidados.


Ana Cristina da Silva
Foto de Adriano Trindade

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