sexta-feira, 4 de junho de 2010

Plinio de Arruda Sampaio - Materia a Prepotência do governo de Israel - Carta Capital

Plinio de Arruda Sampaio - Matéria da Carta Capital

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02/06/2010 10:19:39
Plínio Arruda Sampaio

Novamente o governo de Israel dá uma demonstração de prepotência e desrespeito aos direitos humanos. E a vitima dessa violência não são apenas o Estado palestino e o povo de Gaza. Todos nós somos atingidos porque o ato criminoso afeta seriamente um direito que é de todos: o direito internacional.

O bombardeio do navio que levava alimentos e remédios para a população palestina sitiada na faixa de Gaza constitui uma violência que não pode deixar de receber a mais veemente repulsa da opinião pública mundial. Sem essa pressão, dificilmente a ONU conseguirá vencer a resistência dos Estados Unidos contra qualquer tipo de sanção ao seu aliado no Oriente Médio.

São tantas as violações do direito internacional cometidas pelo governo de Israel que corremos o risco de torná-las “acontecimentos banais”, aceitas como algo irremediável. Precisamos reagir contra essa tendência. Cada violação precisa ser repudiada com a mesma veemência da primeira e cada vez mais precisamos encontrar formas mais eficazes para combatê-las.

Nós, aqui no Brasil, precisaríamos pressionar o governo brasileiro para suspender as relações diplomáticas com o Estado de Israel até que a comunidade internacional imponha sanções efetivas ao governo desse país.

O meio de realizar essa pressão é o de sempre: o abaixo-assinado e a mobilização social. Estou levando a proposta à bancada federal do PSOL, a fim de que ela tome a iniciativa de provocar o Congresso e o Executivo. Mas não deve ser uma iniciativa partidária somente. Nossa bancada terá a delicadeza de não disputar nenhum hegemonismo no esforço que deve ser comum. Todos os partidos estão convocados.

Outra iniciativa importante é o boicote de produtos de Israel. Nos Estados Unidos, esse tipo de protesto costuma ser muito utilizado por demonstrar muita eficácia.

Outras possibilidades podem ser aventadas. Não podemos descartar nenhuma delas. O que não podemos é limitar-nos a um protesto formal cujo pouco efeito conhecemos.

Plínio Soares de Arruda Sampaio, 79, promotor público aposentado, é mestre em desenvolvimento econômico internacional pela Universidade de Cornell (EUA). Ex-deputado federal por três mandatos, foi relator do projeto de reforma agrária do governo João Goulart na Câmara dos Deputados, em 1963, e constituinte entre 1986 e 1988. Fundador do PT, hoje é dirigente nacional do PSOL, presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA), diretor do jornal eletrônico 'Correio da Cidadania' e pré-candidato à Presidência da República.
Prepotência inaceitável de Israel

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