sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Um negócio da China: terras no Oeste da Bahia são vendidas indiscriminadamente

Um negócio da China: terras no Oeste da Bahia são vendidas indiscriminadamente

Publicada em 13/07/10 12:09
Fonte: Agência Petroleira de Notícias com base em material da Agência Valor


A empresa Pallas Internacional, em sociedade com o governo chinês, assinou com o governo da Bahia um protocolo de intenções para se instalar no oeste do estado com o objetivo de produzir grãos para exportação. Os investidores querem comprar entre 200 mil e 250 mil hectares de terras brasileiras. A intenção dos compradores é atuar também no segmento de bioenergia, em parceria com produtores da região. O Brasil já passou para as mãos dos estrangeiros 2 milhões de hectares de terras do oeste baiano. Já estão instalados alí americanos, holandeses, portugueses e japoneses. Tudo pode do "lado de baixo do Equador", como alerta a música do compositor Chico Buarque de Holanda.

Estimativas do mercado dão conta que exista no mundo aproximadamente US$ 20 bilhões disponíveis para compra de terras agrícolas em todas os países, sendo que pelo menos US$ 5 bilhões teriam como destino certo o Brasil.

Em entrevista para um jornal de grande circulação o secretário de Agricultura da Bahia, Eduardo Salles, não escondia a satisfação de entregar parte do território brasileiro aos estrangeiros. "Para os chineses, a área de agroenergia é um setor de grande interesse. Eles precisavam da assinatura desse protocolo para acelerar a parte burocrática dentro da China e dar andamento no processo de investimento", comemora.

Pelo menos 10 empresas estrangeiras de médio e grande porte, já cultivam principalmente algodão, soja e milho. Já conhecidos pela população local, eles são arredios à entrevistas."O governo já fica em cima da gente sem que haja exposição na imprensa", disse um produtor americano, que preferiu não dar mais detalhes sobre seus negócios na região.

Terras do Brasil dão lucro fácil

"Os estrangeiros enxergam uma oportunidade de investimento e o Brasil é uma das melhores opções, pois em países como Colômbia e Paraguai, além da África e do Leste Europeu, a insegurança institucional ainda é muito grande. O interesse desses investidores é enorme no Brasil, especialmente em Mapito e no oeste da Bahia", diz Fernando Jank, diretor geral da Tiba Agro, empresa brasileira que trabalha na captação de recursos estrangeiros para compra de terras no país e que já possui aproximadamente 320 mil hectares nessa região.

O interesse não é por acaso. O cerrado nordestino e do Tocantins está pelo menos mil quilômetros mais próximo do porto que o de Mato Grosso e ainda tem terras mais baratas. Na região de Sinop, norte mato-grossense, o preço médio do hectare é 30% superior à média do "Mapito-BA". Na "nova" fronteira, ainda é possível comprar um hectare por cerca de R$ 5 mil.

Esses investidores estão de olho em 20 milhões de hectares disponíveis para a agricultura, que estão fora do bioma amazônico e não são áreas de pastagem. Desse total, a estimativa é que pelo menos 4 milhões de hectares sejam divididos por 15 grandes grupos, entre investidores estrangeiros e empresas nacionais profissionalizadas, interessados tanto na aquisição de terras para investimento quanto na produção de grãos e fibras.

Fonte: Agência Petroleira de Notícias com base em material da Agência Valor

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