domingo, 26 de setembro de 2010

Estiagem pode elevar o preço do feijão para R$ 15

Previsão
Estiagem pode elevar o preço do feijão para R$ 15
O alimento que não falta nas refeições dos brasileiros e que hoje custa, no mínimo, R$ 3 pode alcançar o seu valor recorde devido à alta de 73% do produto no campo
Ariane Noronha

Alerta: Consumidores devem comprar uma quantidade maior do produto para se precaver do aumento
O feijão, grão de alto poder nutritivo e rico em ferro, poderá ficar caro para o bolso dos consumidores que não dispensam o alimento durante as refeições. Este ano, é possível que o preço desta leguminosa bata um novo recorde e ultrapasse o valor de R$ 8 o quilo, como aconteceu em 2008, e chegue a custar cerca de R$ 15. O aumento pode acontecer por causa da alta de 73% do produto no campo, motivada pela seca que vem afetando vários Estados do País. O quilo do grão hoje é encontrado no comércio por, no mínimo, R$ 3.
De acordo com o presidente do Conselho do Instituto Brasileiro do Feijão e Legumes Secos (Ibrafe), Marcelo Eduardo Lüders, a previsão de aumento da semente é mais um alerta para que o consumidor compre uma quantidade a mais do produto. "Os fatores que podem contribuir com tudo isso são o clima seco e as consequentes perdas devido à estiagem. A primeira grande safra seria em São Paulo, mas teremos entre 30% e 40% de perda", explicou.
Segundo ele, o tempo de plantio e colheita dos grãos leva mais ou menos cem dias. "Neste período, tudo pode acontecer", completou.
Lüders contou que o Instituto sempre busca sensibilizar os supermercados para que não sejam tão gananciosos a ponto de elevar o preço do feijão para mais de 50%, pois, para o presidente, existe um custo social enorme para o País e, por isso, o varejo deve estar consciente neste aspecto e ser mais "patriota". "O aumento do produto é 50% culpa do clima e 50% culpa do próprio governo, que não pode tabelar o feijão, mas pode sensibilizar o varejo quanto à venda deste produto, que é um dos alimentos básicos".
Comerciantes já sentiram uma pequena diferença na hora de comprar o produto para revender ao consumidor. O subgerente de um supermercado em Suzano, Wilson Cândido de Jesus, contou que o valor do feijão no estabelecimento passou de R$ 3,80 para R$ 4,98 na última semana. De acordo com ele, alguns clientes já até reclamaram do preço, porém, não há como baixar. "Aumentamos o preço de 35% a 45% no máximo, mas acredito que população não deixará de comprar porque o alimento é necessário".
Para a diarista Delvira Flora da Silva, de 65 anos, não é possível manter uma boa alimentação sem o feijão durante as refeições. Se o preço do produto chegar ao valor de R$ 15, por exemplo, ela continuaria comprando o grão, porém, em quantidade menor. "Eu como e sempre faço para os meus netos que adoram. O feijão faz muito bem para a saúde"

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