quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

SINERGIA - Correio da Cidadania

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Sinergia




22-Jan-2010



Provavelmente em nenhum outro momento da história brasileira a esquerda tenha estado em uma situação tão difícil. Reduzida a apenas três pequenos partidos com registro eleitoral e a algumas pequenas organizações que não conseguiram sequer o número de apoios requerido para esse registro, a esquerda enfrenta uma conjuntura interna extremamente adversa para a luta de classes, complicada pela desorientação do movimento socialista internacional.

Diante de tal quadro, a primeira idéia que surge é a da unificação dos pequenos partidos que restaram após o furacão neoliberal.

Um primeiro passo foi dado nessa direção em 2009: as negociações preliminares para a unificação das duas centrais sindicais socialistas – Intersindical e Conlutas - chegaram a bom termo e provavelmente antes da metade deste ano teremos o encontro para completar o processo em marcha.

Um novo passo pode ser dado nas eleições deste ano: a candidatura única da esquerda.

Os exemplos exitosos das eleições estaduais de 2006 mostram que é possível marchar juntos. O único requisito exigido é que os partidos envolvidos cheguem a um acordo programático e respeitem escrupulosamente o princípio da direção coletiva da campanha eleitoral.

Um dos três partidos socialistas – o PSTU - já lançou candidato a presidente da República, mas deixou claro que este candidato não será obstáculo à unificação, caso esta seja colocada seriamente pelos dois outros partidos.

O PCB anunciou que pretende iniciar o debate interno a respeito da candidatura própria, mas que isto não implica impossibilidade de marchar junto com os outros dois partidos.

PSOL, afastada a proposta da aliança com o PV, caminha para a definição de seu candidato, o que deverá acontecer no próximo mês de março.

Nesse mês, ainda haverá tempo para concretizar a unificação. Mas não pode haver dúvida quanto à conveniência de começar as negociações antes dessa data. A razão disso é bem simples: a unificação só tem sentido em torno de um programa comum e de uma carta eleitoral subscrita pelos três.

A formulação desses dois documentos demanda tempo. Não vá que a demora em discutir esses dois requisitos em função da hesitação na definição do nome do candidato possa criar fatos consumados que obstaculizem o acordo.

Nunca é demais lembrar em relação a este aspecto que a ação conjunta potencializa o efeito da ação isolada de cada uma das forças que se juntam para realizá-la.

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