A soberania
fora do debate da sociedade brasileira
Uma amiga do
facebook me fez a seguinte pergunta. Como fica a educação com o novo ministro?
E eu
respondi a pergunta dizendo que não só a educação, mas todas as instituições
irão ficar reduzidas e privatizadas. Por que o estado ficará encurtado como
mentor de elaboração de políticas públicas e desenvolvimento. Continuará sendo
entregue as nossas estatais e os recursos naturais, responsáveis pelo
funcionamento destas empresas estratégicas. E em torno destas estatais uma
cadeia produtiva complexa. Podemos citar as mais importantes para um projeto de
país soberano e consequentemente desenvolvido. São elas, a Petrobras,
Eletrobrás e as mineradoras que já foram entregue totalmente alguns anos atrás.
E a Petrobras está em fase de desmonte e privatização já algumas décadas e
podemos constatar que vem se aprofundando nos governos do Michel Temer e agora
do Bossonaro. Política não só de
privatização através da venda, mas também dos desinvestimentos. Outra empresa que está na mira dos
investidores estrangeiros e em fase adiantada para ser entregue é a Eletrobrás.
Sendo feito a privatização, colocam em risco todos os nossos recursos
energéticos, hídricos e partes de nosso território.
A Petrobras
é um exemplo claro da cobiça das petroleiras estrangeiras. Esta sendo elaborada
uma engenharia financeira para vender a sua reserva da Cessão Onerosa do
pré-sal para o governo, estimada em 20 bilhões de barris. Como o governo não poderá comprar devido o
teto de gasto, nesse caso entrarão as petrolíferas estrangeiras. O valor pago
pelas empresas estrangeiras por estes 20 bilhões de barris será na ordem de 9
bilhões de dólares, equivalendo a 33 bilhões de reais, com essa operação o
valor de cada barril que corresponde 159 litros de petróleo no valor de 0,60
centavos. E essas empresas farão um leilão em nome do governo em outubro para
dar um caráter de legalidade e passar como é o governo que estará fazendo o
leilão.
A corrupção
é tão descarada com esta operação financeira que a Petrobras poderá recomprar
parte deste petróleo por valor muito maior do que ela vendeu, (0,60 centavos o
barril).
Esta
operação no futuro trará profundo desequilíbrio na balança comercial, quando o
Brasil tiver que importar petróleo em dólar, sendo que hoje esse petróleo é
produzido com tecnologia nacional, ou seja, custeado em reais, sem precisar de
dólar, não afetando a balança comercial.
Ocorrendo
toda essa engenharia financeira com o apoio do (TCU), Tribunal de contas da
União, a Petrobras e o povo brasileira terá um prejuízo patrimonial em torno de
1,5 trilhão, porque o petróleo no mercado internacional está por volta de 70
dólares o barril, e que será vendido a 0,60 centavos. Com essa operação, se a
Petrobras quiser continuar a refinar este petróleo que já era dela, terá que
pagar o valor de mercado internacional. Bom negócio para os investidores, ganha
o petróleo por um valor simbólico de 0,60 o barril e vende a preço de mercado,
hoje de 70 dólares. Com isso será
impossível e inviável para a Petrobras, possivelmente será vendida as
refinarias também. Com a justificativa de prejuízo. Então chegaremos o fim de
uma empresa estatal, que foi criada a mais de 70 anos para servir como alavanca
motora do desenvolvimento brasileiro.
O prejuízo
com esta operação é incalculável, devido aos valores agregados que se
multiplicam em torno de 80 vezes em toda a cadeia produtiva, pois o petróleo é
responsável por 83% de todos os produtos industrializados.
Para
facilitar estas políticas de entrega, os donos poder, que são os grupos
econômicos elegeu uma figura que pudesse dividir o governo em dois grupos. O
grupo dos racionais, representado pelos ministros da fazenda e do planejamento
para tocar as reformas e as privatizações. Já o grupo dos considerados
irracionais, representados pelo presidente Bossonaro e alguns ministros, tem o
papel de distrair o povo, através de pautas que tem demanda nos movimentos
sociais e sindicatos, e também nos partidos chamados de esquerdas, que nada
ajudam na construção de um país soberano.
O grupo dos
irracionais dialoga pela negativa, sendo colocados os pontos que são
interessantes para criar polemicas e ocupar o espaço do debate. Essas polemicas
são expressas através das falas do presidente e de alguns ministros, que foram
escalados para construir uma narrativa que são considerados como besteiras e
atrapalhadas pelos movimentos, mas não passa de estratégicas dos setores
econômicos, que controlam o governo. E os partidos que representam os
movimentos organizados entram no debate para satisfazer o desejo de seu
patrimônio eleitoral e suas bases. Já a
parte racional usa esses debates para desviar as atenções dos movimentos e das
oposições, para não entrar no debate sobre o verdadeiro projeto de pais
soberano, e com isso facilita a entrega total do estado. Enquanto são colocados
esses debates de menor importância, que funciona como verdadeiros bodes na sala.
A parte racional nas figuras dos ministros da fazenda e do planejamento e seus
auxiliares vão implementando a política de entrega. Quem pensa que o governo
está atrapalhado e que não tem projeto só por que possui um grupo representado
pelo presidente, e principalmente o ministro da educação que envolve maior
numero de brasileiros, estão entrando em uma sinuca de bico e caindo no conto
do vigário. Foi com esses objetivos que os grupos econômicos elegeram o
Bossonaro. E parece que esses grupos econômicos acertaram na estratégia em
eleger o chamado bobo da corte.
Enquanto são
colocados os bodes na sala o debate de pais soberano vai deixando de existir. Então
esse presidente que milhões de brasileiro consideram como um bobo e atrapalhado
e um amante da ditadura vai cumprindo o seu papel para os planejadores de um
projeto que leva o país a recolonização.
O Brasil e
toda a America latina será uma áfrica recolonizada nos mesmo moldes em curto
espaço de tempo.
Se as
lideranças dos movimentos sociais, sindicatos e partidos caírem na armadilha,
serão envolvidos e o pais não sairá e não resolverá a chamada crise fabricada
para entregar o pais. Precisamos acordar enquanto é tempo.
Autores
Altair
Lourenço de Lima
João Antonio
Benite Torricilas